quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sobre Escritores

Do que vivem os escritores?

Pesquisa informal mostra que uma minoria se sustenta com a venda de livros, embora a maioria ganhe com atividades ligadas à escrita


SANTIAGO NAZARIAN – Especial para  o Jornal A FOLHA (14 de dezembro 2014)

Do que você vive? É a pergunta que todo autor ouve com frequência. Eu mesmo, nos malabarismos das contas do mês, sempre me pergunto como meus colegas conseguem se sustentar num país em que se lê tão pouco.
Como padrão internacional, para cada livro vendido o autor recebe em média 10% do preço de capa. O restante é dividido entre editora (que arca com custos de edição, publicação, promoção), distribuidora e livraria.
Considerando que a tiragem média de edição de literatura contemporânea no Brasil é de 3.000 exemplares, um autor com um livro a R$ 35 que, numa projeção otimista, consiga vender essa quantidade em dois anos ganharia R$ 5.250 por ano, menos de R$ 500 por mês.
Apesar disso, a multiplicação de eventos literários --a participação num debate paga em média R$ 2.000-- e alternativas de escrita abertas pela internet, pela TV e pelo cinema têm possibilitado a autores "estabelecidos" viver da escrita, embora não da venda de livros.
"Nunca houve tanto interesse em autores, mais do que em livros", diz Andrea del Fuego, 39, autora de "Os Malaquias", que em 2014 teve como principal fonte de renda as oficinas literárias.
Numa pesquisa informal com 50 autores de diversos perfis e estágios na carreira, obtive dados sintomáticos das formas de sobrevivência de escritores no Brasil. Os autores responderam a questões como "qual sua maior fonte de renda" e "o quanto a venda de livros representa da sua renda" --muitos sob a condição de que seus dados individuais não fossem divulgados.

Vendas
Só quatro dos 50 escritores, três deles no campo da literatura juvenil/de entretenimento, apontaram a venda de livros como principal componente de sua renda.
Tammy Luciano é uma autora desse perfil, que levanta a bandeira da literatura comercial; seu romance "Claro que Te Amo!" vendeu 10 mil cópias em 45 dias. "O jovem consome muito. O livro para esse público pode ser vendido em larga escala", diz.
No geral, as principais fontes de renda decorrem de atividades relacionadas à escrita, como dar aulas ou palestras, realizar oficinas literárias, traduzir livros, trabalhar com jornalismo e criar roteiros de cinema e televisão.
O gaúcho Paulo Scott, 48, lança em abril, pela Foz, seu próximo romance, "O Ano que Vivi de Literatura", no qual aborda essa realidade.
"É uma abordagem ficcional que acabou envolvendo o quadro escrever um livro' que, caso repercuta, levará o autor a ser convidado a eventos literários, indicado a premiações, adaptado para o cinema e o teatro", discorre.
Apenas 11 dos 50 entrevistados disseram ter profissão sem relação com atividade artística e, desses, dez apontaram essa outra ocupação como principal fonte de renda.
"Não ter de cumprir expediente faz diferença para quem precisa de tempo, ou ao menos administrar o tempo com mais liberdade," diz Michel Laub, 41, que teve como maior fonte de renda em 2014 as vendas de direitos de seus livros para o exterior.

Outros Tempos
O escritor que cumpre expediente como funcionário público --ocupação, em outros tempos, de nomes como Machado de Assis e Lima Barreto-- já não parece comum.
Apenas três dos consultados fazem ou fizeram parte desse grupo. É o caso de Marcos Peres, 30, autor de "O Evangelho Segundo Hitler" e técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná. "É burocrático, nada glamoroso, mas necessário", diz.
Dos autores pesquisados, a maioria considera a situação do autor brasileiro hoje melhor que há 20 anos.
The hard lesson - William Adolphe Bouguereau

"Naquele tempo não havia escritor profissional' (com as exceções de sempre), coisa comum hoje em dia. Muita gente vive da escrita hoje. O escritor não precisa mais se submeter a um emprego fora da sua área", diz Ivana Arruda Leite, 63, que estreou na literatura em 1997 e se dividiu entre a escrita e o funcionalismo público até 2013, quando se aposentou.
Alguns autores não souberam opinar. Só Ricardo Ramos Filho, 60, escritor e cronista, neto de Graciliano Ramos, apontou a situação hoje como pior: "Embora o governo compre mais hoje, no geral as edições diminuíram em volume. Houve época em que era comum imprimir 5.000 livros numa primeira edição. Proporcionalmente, estamos lendo menos."
Nesse cenário, discussões recentes como a envolvendo a lei do preço fixo para livros (que impossibilitaria grandes redes de dar descontos nos lançamentos, protegendo assim as pequenas livrarias) é uma questão mais para editoras e livreiros do que para os autores; a maioria dos pesquisados afirmou não ter ainda uma opinião formada.
"Ganhar dinheiro" com literatura não chega a ser ambição confessa nem de metade dos entrevistados --20 deles marcaram a alternativa, entre diversas opções listadas. Menos ainda "vender muito", com 15 respostas. 
As opções mais citadas foram "fazer boa literatura", "contar uma história" e "ser lido".
Bem ou mal, das mais diversas formas, os autores sobrevivem. A questão parece ser como reproduzir leitores. Que as vendas mais expressivas se deem principalmente para as novas gerações talvez seja motivo de esperança na existência de um mercado para a literatura nacional.

SANTIAGO NAZARIAN é escritor, autor de "Biofobia" (Record), entre outros, mas vive principalmente de tradução.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/201738-do-que-vivem-os-escritores.shtml

domingo, 14 de dezembro de 2014

Ilustrações - Um trabalho da imaginação

O escritor e ilustrador André Neves
Fala de personagens - formas e cores nas asas da imaginação



A revista "Printer", número 2, do mês de julho de 2014, traz uma entrevista com André Neves, premiado Escritor e Ilustrador.

Hoje a literatura infantil, não produz mais livros com desenhos que identifiquem ou descrevam cenários. As ilustrações não são mais mera decoração para as páginas. Segundo a matéria da Revista Printer - "... é preciso que exista uma coreografia perfeita entre palavras e ilustrações".


As características de uma boa ilustração

Perguntado sobre o tema, Andre Neves diz que uma boa ilustração é aquela que conta uma boa história com uma narrativa surpreendente e cativante. Plasticamente, segundo ele, não precisa ser necessariamente virtuosa, técnica, impressionante. 




Na entrevista André complementa dizendo que no caso dos livros para infância, é preciso de imaginação e afeto, para conquistar leitores de todos as idades. Até porque livros infantis também são para adultos. Nos últimos anos ele tem percebido que não cria mais obras para crianças, mas sim para a infância de todos nós leitores. 




Acesse a Revista Printer e leia a matéria completa

terça-feira, 7 de outubro de 2014

II Encontro Catarinense de Escritores

Escritores de Joinville fomentam literatura no Brasil

Os organizadores do II Encontro Catarinense de Escritores já está recebendo inscrições para o evento.
Para informações e inscrições envie um e-mail para: 
associacaoconfrariadasletras@outlook.com 





domingo, 21 de setembro de 2014

Primavera


Singela e bela és tu primavera.


Colorida tu renovas a vida,


 Quem me dera ser assim tão divertida!


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sessão de autógrafos e bate-papo

Um livro que está encantando as crianças.

Sessão de autógrafos no dia 29 de setembro, às 19h30
na Livrarias Curitiba do Shopping Mueller Joinville.
 Prestigiem!



Ilustrações de Mariane Neumann



domingo, 10 de agosto de 2014

Livro que encanta crianças e adultos

A leveza da dança que encanta

O lançamento do livro "A Dança que Encanta Criança", aconteceu no dia 02 de agosto, na Feira da Sapatilha, durante o Festival de Dança de Joinville.


A autora com a menina Bruna
A Obra é o volume I, da Coleção Sonhos do Fazer e conta a história da menina Maria, que é apaixonada por balé, música e leitura. Ela vai para cama pensando na apresentação de balé que fará  na escola de dança na manhã seguinte. Adormece lendo o livro do Quebra-Nozes e, sonha com um teatro e com bailarinos, no sonho e aprende muito. Acorda e vê seu "tutu", fica maravilhada e lembra do sonho e dos bailarinos dançando. Na escola de dança encontra o colega e conta para ele o sonho que teve e o enredo do  o balé "O Quebra-Nozes".


Confira algumas fotos do lançamento:

A autora com a Sra. Margit Olsen

  
                 A autora com a menina Maria Clara

A ilustradora e a autora com a Professora de balé Clássico Galia Kravchenko ao centro

Com a pequena Luiza Ballen Bueno

A autora com a Professora Ivone Jacy Moreira, revisora do livro

A esquerda a autora Bernadéte Schatz Costa e a direita ilustradora Mariane Neumann

Bernadéte Schatz Costa com Romualdo Vicente de Ramos

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Dança que Encanta Criança

Confira a sinopse do livro


O livro “A dança que encanta criança” tem como personagem principal a menina Maria. Ela é conduzida, em seu sonho, para seu maior desejo: a dança. A obra infantojuvenil traz como tema principal o balé clássico, por sua magia, leveza e repertório; é uma dança que encanta crianças de todas as idades. O livro aborda a além da dança, o teatro e a formação de plateia de forma lúdica. Leva o leitor a interagir com dois mundos o real e o imaginário e finaliza com resumo do balé “O Quebra-Nozes”, que é um dos balés preferidos das escolas e companhias de dança do mundo.
        Abra o livro, encante-se e dance! 


O livro A Dança que Encanta Criança é o volume I da Coleção Sonhos do Fazer, em breve outros títulos na mesma linha serão lançados.
Sobre a autora Bernadéte Schatz Costa

Nascida em Blumenau-SC, graduou-se em Pedagogia pela UDESC. Como professora ministra workshops sobre técnicas secretariais, a arte de bem receber, finanças pessoais. Há 12 anos trabalha como assessora da Presidência e Direção Geral da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. É secretária geral da Associação Confraria das Letras.  Autora e editora do livro Sonhar, Escrever e Viver lançado em maio de 2011. Como editora fez a coordenação editorial de Dança Clássica Essência e Didática – I Ano, de Maria Antonieta Spadari, Sementes de Amor, de Maria Olivia Rieper e Aquilo que faz ti-tic, de Cecília Bassetto. Integra o grupo de autores das miniantologias Letras da Confraria 5 e 6, da Associação Confraria das Letras. 

Sobre a ilustradora Mariane Neumann

Natural de Joinville-SC, graduada em Projeto de Programação Visual pela Univille, dedica-se na criação de logos personalizados, criação de capas e diagramação de livros. Entre seus trabalhos estão Sonhar, Escrever e Viver, de Bernadete Schatz Costa, Dança Clássica Essência e Didática – I Ano, de Maria Antonieta Spadari e Sementes de Amor, de Maria Olivia Rieper.

                                                  Para adquirir o livro acesse:

sexta-feira, 25 de julho de 2014

terça-feira, 15 de julho de 2014

Lançamento Infantojuvenil

Agenda Cultural de Julho



Autora Cecília Bassetto
Lançamento do Livro: "Aquilo que faz Tic-Tac" - 
Dia: 25 de julho
Hora: 15 horas
Local: Livrarias Curitiba - Shopping Mueller Joinville




domingo, 1 de junho de 2014

A arte das cores

Livro das cores

Quem inventou as cores? Certamente não foi a Pantone que lançou aconhecida a tabela de cores em 1963. Pois, em 1692, um artista holandês conhecido apenas como “A. Boogert” escreveu um livro sobre a mistura de cores com aquarelas. O livro é inteiramente manuscrito, um belíssimo e fantástico trabalho artístico elaborado artesanalmente.




O livro inteiro pode acessado em alta resolução neste link Atualmente, o livro faz parte do acervo da Bibliothèque Méjanes em Aix-en-Provence, França.

domingo, 4 de maio de 2014

Agenda literária da Semana

Lançamento do livro - Sangue Verde

Nesta semana, 08 de maio, acontecerá o lançamento do livro Sangue Verde, do escritor David Gonçalves. Um romance que fala de uma Amazônia com suas veias abertas, destruída, em nome do progresso – o gado, a soja e a busca do ouro. Romance de múltiplas personagens, Sangue verde revela um escritor audacioso em plena maturidade, capaz de sustentar, capítulo a capítulo, a veracidade do enredo e seu clímax comparável aos grandes romancistas. Ele vasculha e desnuda o Cerrado e a Amazônia, as regiões de nossas fronteiras agrícolas – esse vasto trecho do território nacional que estrangeiros palmilham, vasculham e cobiçam.

Realista, objetivo e fantástico, David Gonçalves imprime nesta narrativa fortes colorações e mistérios, emoções, angústias, desencantos, denúncias e, sobretudo, um mundo caótico à mercê dos mais fortes. O universo é a floresta, com seus rios misteriosos e igarapés, com seus caboclos, índios, garimpeiros, fazendeiros, madeireiros, jagunços, políticos e religiosos – universo cheio de interesses e ambições, com tratores gigantes e correntões,  motosserras, caminhões de toras e corrida ao ouro. Nele, o leitor detecta contínuas mudanças físicas e humanas, um constante resvalar em direção do místico, do irreal.

Sangue verde é denúncia, advertência, um grito angustiante da floresta pedindo socorro. Confundem-se e harmonizam-se, encaixam-se e entrosam-se natureza e criaturas, misticismo e ambições desenfreadas, paixão e aventuras, fundindo seres e coisas, numa sólida unidade e dinâmica coesa. Paisagens, pessoas, animais se interpenetram, prendem-se uns aos outros, num enredo singular.



Outras obras do escritor David Gonçalves, presidente da Associação Confraria das Letras, professor universitário, escritor e consultor de empresas, reside
Foto: Bernadéte Schatz Costa
em Joinville-SC:
·         O SOL DOS TRÓPICOS, romance, 3ª. ed.
·         GERAÇÃO VIVA, contos, 7ª. ed.
·         O REI DA ESTRADA, romance, 3ª. ed.
·         TERRA BRABA, romance, 16ª. ed.
·         AS FLORES QUE O CHAPADÃO NÃO DEU, romance, 8ª. ed.
·         O CAMPEÃO, romance, 3ª. ed.
·         ACIMA DO CHÃO, romance, 4ª. ed.
·         ÁGUAS DE OUTONO, romance, 3ª. ed.
·         OS CAÇADORES DE ARANHAS, romance, 3ª. ed.
·         O ASSASSINO DA RUA 1500, contos, 2ª. ed.
·         O HOMEM QUE SÓ TINHA SEGUNDA-FEIRA, contos, 2ª. ed.
·         ATÉ SANGRAR, contos
·         ADORÁVEL MARGARIDA, contos
·         PÓ E SOMBRA, romance, 3ª. ed.
·         PAIXÃO CEGA, 2ª. ed.
·         ENTREM E SEJAM BEM-VINDOS, contos
·         A PRINCESA E O ANJO NEGRO, contos
·         FÁBULAS DE SUCESSO, contos
·         CONTOS ESCOLHIDOS, contos
     
     Aguardem publicação de entrevista com o escritor David Gonçalves.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Entrevista com o Poeta José Fernandes

A Associação Confraria das Letras recebeu uma visita especial - José Fernandes, poeta e crítico, professor da Universidade Federal de Goiás - GO


Foi nesta segunda-feira (07/04/2014) durante o Lançamento do livro "Saganossa", antologia de 22 escritores associados a Confraria das Letras. 

José Fernandes pertence ao restrito grupo de poetas que estuda poesia e, que dominam línguas como o latim e o grego, o que lhes permite chegar ao sentido mais profundo das palavras, do ser e, portanto, do poema. Poesia e ciberpoesia trata do desvelamento de poemas visuais, objeto sobre o qual o autor se debruça, há décadas.

Na passagem por Joinville o professor e poeta agraciou escritores com seu livro: Poesia e Ciberpoesia - Leitura de poemas de Antonio Miranda. Aproveitando a ilustre presença concedeu entrevista a David Gonçalves e Odenilde Nogueira Martins. Veja a conversa a seguir:

Como é o seu modo de produzir sua literatura? De quais livros seus você mais gosta?

JF - Quando faço crítica de ficção, observo como o narrador estruturou a narrativa, como trabalhou a linguagem, os símbolos, a fim de tornar o texto literário realmente belo, atraente para o leitor. Quando critico o texto poético, verifico todo o trabalho efetuado pelo poeta para instaurar o poético, que se esconde na forma do texto e, sobretudo, tratando-se de poesia moderna, em uma linguagem essencialmente imagética, responsável pela ambiguidade do discurso, porque não existe poesia, se a linguagem for denotativa.  Quando escrevo poesia, procuro, exatamente, seguir os passos que percorro na leitura dos poemas dos outros poetas em relação à linguagem. Por isso, uso muitas imagens, pois tento esconder, nelas, pessoas que ironizo ou satirizo, a fim de que o texto e a crítico se universalize.  

Em que situação se encontra a literatura brasileira?

JF - Para lhe dizer a verdade, a literatura me assusta, porque, no mesmo momento em que se prega a sua morte, em que se a julga morrente, surgem escritores novos, raros, mas que lhe imprimem um novo vigor, mediante a criação de obras realmente fabulosas. A poesia, por exemplo, viceja em Alto Araguaia, com um estudante de Letras, chamado Paulo David, que apresenta todas as qualidades do poético, e que transforma a linguagem em arte. Evidentemente que ele está muito bem assessorado por seus professores, mormente Isaac Ramos, também excelente poeta.  

Quem, no Brasil, está produzindo boa literatura?

JF - Há uma geração de escritores que se encontra entre os 70 e os 100 anos que continua produzindo excelente literatura, como Manoel de Barros, Gilberto Mendonça Teles e Antonio Miranda. Há uma outra, entre os 30 e 70, nas várias regiões do país, que nos deixa muito tranquilos com relação ao futuro da arte literária. Entre eles, destacam-se Isaac Ramos e Marta Cocco, em Mato Grosso; Rosidelma Fraga, no Acre; David Gonçalves, em Santa Cartarina; Sinésio di Oliveira, em Goiás; Rubenio Marcelo, no Mato Grosso do Sul; Carla Andrade, em Brasília; Jameson Buarque, no Pernambuco; Avelino de Araújo, no Rio Grande do Norte, para ficar fora do eixo Rio-São Paulo.

Quais sao os autores da literatura catarinense que você recomendaria?

JF - Por sua força literária, penso em David Gonçalves, Amilcar Neves e Alcides Buss, entre os mais novos; Guido Wilmar Sassi, Tito Carvalho, Flávio Cardoso, Holdemar Menezes, Silveira de Souza, Péricles Prade, Salim Miguel e o consagrado simbolista Cruz e Sousa.

Você é membro da Academia Goiana de Letras. Qual a importância das Academias? Elas estão cumprindo o seu papel?

JF - A função das Academias de Letras é cuidar e preservar a Língua Portuguesa, além de congregar, pelo menos em tese, os melhores nomes da literatura de determinado estado da federação. Mas, grosso modo, não cumpre a sua função, porque a maioria senta-se sobre o nome que conquistou e não produz mais nada. Em decorrência, não dispõe de poder para se impor política e literariamente no seu meio, ao ponto de algumas dessas academias não terem significado algum. A mais eficiente que conheço é a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, que, além de exercer um papel literário proeminente, ainda exercita uma função política no Estado de Mato Grosso do Sul, como poucas, muito poucas, o fazem.

O que significa a literatura para sua vida? É hobby? É compromisso?


JF - A literatura, para mim, significa tudo, porque, com ela, consegui um status econômico e social que jamais conseguiria sem ela. Por isso, faço literatura com o compromisso de bem exercer o papel de crítico literário, realmente procurando mostrar aquele lado invisível que marca as grandes obras ao leitor que, infelizmente, está cada vez mais desprovidos das qualidades de bons leitores. Como poeta, procuro, dentro de minhas limitações, porque não me julgo bom poeta - sou mais crítico que poeta - trabalhar o poema para que ele se aproxime do sublime, ou seja, do superlativo do belo. Assim vista e sentida, a literatura constitui a razão primeira de minha vida como homem, à medida que ela me permitiu conquistar o humano, naquele sentido de essência, de substância do ser.

Da esquerda para direita Odenilde Nogueira Martins, David Gonçalves e José Fernandes

Assista um vídeo com José Fernandes:


Fontes:
Entrevista concedida para David Gonçalves e Odenilde Nogueira Martins

http://books.google.com.br/books/about/Poesia_e_ciberpoesia.html?id=1dC2lgEACAAJ&redir_esc=y

Fotos: Bernadéte Costa



sábado, 29 de março de 2014

Movimento literário em Joinville

Associação Confraria das Letras movimenta o cenário literário de Joinville



A literatura de Joinville está movimentada, hoje (29 de março de 2014) aconteceu o lançamento da 5a. Miniantologia, que contém poesias, contos e crônicas de autores da Associação.


Capa da 5a. Miniantologia criada por Valério Mattos
Os escritores  de Joinville e região que fazem parte da obra são: Eliana de Quadra Corrêa, Milton Maciel, Sílvio Vieira, Juliano R. Maciel, Odenildes Martins, Márcia Cordeiro, Carlos Adauto Vieira, Vivaldo Bordin, Bernadéte Schatz Costa, Alceu Vital Lopes, Evelin Katiane Izauro, Maria Rosa Coutinho, Rita de Cássia Alves, Giane Maria de Souza, Maria de Fátima Joaquim, Nilza Helena Vilhena, Marlete Cardoso, David Gonçalves, Donald Malschitzky, José Fernandes.





Alguns dos escritores que fazem parte da 5a. Miniantologia

Presidente da Associação Confraria das Letras, David Gonçalves e Margit Olsen, Realações Institucionais da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil 
A Associação Confraria das Letras nasceu no dia 18 de maio de 2012, com o objetivo de ser o braço jurídico da Confraria do Escritor. É presidida por David Gonçalves e, realiza reuniões mensais, quando são discutidos assuntos relacionados a políticas culturais e projetos na área do livro, literatura e leitura. Com atividade intensa, desde sua fundação, a Associação já publicou quatro volumes da compilação (miniantologia) intitulada “Letras da Confraria”, material produzido de forma independente que reúne, a cada edição, textos de escritores associados. A produção que apresenta contos, crônicas e poesias é distribuída às escolas e à comunidade com o objetivo de aproximar leitores e escritores para promover o gosto pela literatura.
Em novembro de 2013, a Associação Confraria das Letras realizou o 10. Encontro Catarinense de Escritores, quando recebeu escritores de o todo Estado de Santa Catarina. 


Matéria veiculada no jornal Notícias do Dia, de 28 de março de 2014


domingo, 9 de março de 2014

Sobre Escritores

... e suas escritas...

Abaixo compartilho depoimento que Juliano Garcia Pessanha deu para a Revista E - uma publicação do SESC São Paulo. 
Para conhecer a publicação com seu conteúdo na íntegra acesse: http://www.sescsp.org.br/

Fulguração da palavra

Revista E
O ensaísta e escritor é elogiado pela sua escrita instigante e sem limites de gêneros, mas diz não acreditar cegamente na divisão estabelecida por tais categorias literárias

Juliano Garcia Pessanha estudou Direito e Filosofia, e é mestre em Psicologia. O autor já dirigiu oficinas de escrita em hospitais psiquiátricos, trabalhando voluntariamente durante cinco anos em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps). O seu interesse principal era encontrar filiações, famílias literárias e autores que conversassem com as questões pessoais dos participantes.



Contudo, mesmo com todo o respaldo acadêmico, o escritor menciona que em seu livro, Certeza do Agora (Ateliê Editorial, 2002), sua intenção não era abordar as relações entre literatura e filosofia, mas corporificar um autorreconhecimento. “Quando me utilizo de filósofos me interessa mais a experiência subjacente àquele pensamento do que a sua armação conceitual”, enfatiza.
Acompanhe o depoimento de Juliano à Revista E.
Transitando entre os gêneros

Meus três primeiros livros nasceram de diários, nos quais estava tudo misturado. Eu escrevia os diários desde 1983 e, em 1996, uma amiga, olhando-os, me disse: “Veja, essa passagem é um poema em prosa, vamos mandar para um concurso nesse gênero. Essa história interrompida, se você colocar um fim, vira um conto; vamos mandar para um concurso de contos”. E foi assim que ganhei o concurso Nascente [em 1999, promovido pela Universidade de São Paulo e pela Editora Abril], nas categorias poesia e conto sem nunca ter me proposto a ser poeta ou contista. Essa história mostra por que não creio tanto nessas categorias.

Nesses diários, eu relatava experiências na mesma medida em que refletia sobre elas a partir de um repertório filosófico. Em geral, ruminava a experiência de existir numa identidade negativa ou num self negativo, como digo hoje. A perplexidade e a dor de existir dessa maneira levaram-me a um diálogo com outros testemunhos dessa mesma posição. Muitos desses autores eram filósofos e pensadores como Martin Heidegger (1889-1976), Maurice Blanchot (1907-2003), Emil Cioran (1911-1995), ou Georges Bataille (1897-1962), por exemplo. Nesse sentido meus livros já são uma crítica deles mesmos, pois eu próprio explicitava o sentido dos relatos. Nas palavras do escritor Evandro Affonso Ferreira, eu era simultaneamente passarinho e ornitólogo.

Em Certeza do Agora (Ateliê Editorial, 2002), não diria que abordo as relações entre criação literária e filosofia, pois sempre utilizei o que estava à mão indistintamente. O que eu queria era corporificar um autorreconhecimento. Não estou preocupado com as discussões de Paul Ricoeur (1913- 2005) e Heidegger sobre as fronteiras entre essas áreas. Eu agi mais como um saqueador antropofágico e não como erudito acadêmico.

Jamais me preocupei com o leitor. Escrevi o que era necessário escrever. Acho indiferente que o leitor tenha ou não feito leituras acadêmicas antes de conhecer minha obra, pois quando me utilizo de filósofos me interessa mais a experiência subjacente àquele pensamento do que a sua armação conceitual. Dialogo com os filósofos mais pelo amigamento da posição do que pelo domínio acadêmico da arquitetura exterior do pensamento.
A crise do experimentar

A palavra como ornamento ou pura técnica já nasce esvanecida, mas acredito na palavra que nasce banhada no experimentado. Escrevi a partir da crise total da experiência e exatamente na busca de um dizer do que restava diante de tudo o que já estava dito. Minha escrita é testemunha do parto de um corpo antes silenciado. Relato de uma vinda. Quando a palavra atinge seu ponto de fulguração ela não concorre com nada.

Não acredito que as oficinas literárias oferecidas hoje em dia formem um escritor. O surgimento de um escritor é misterioso, mas, de alguma maneira, elas podem estimular uma vocação e ser um espaço de troca de experiências de escrita.

Não acho que existam diferenças práticas ou emocionais em se dedicar a uma trilogia, como eu fiz em Sabedoria do Nunca (1999),Ignorância do Sempre (2000) e Certeza do Agora (2002 – todos pela Ateliê Editorial), em vez de a uma obra que se encerra em um único volume. E não tenho uma disciplina diária de escrita. Espero lentos períodos para saber se estou mesmo sendo escrito por alguma coisa. Só então posso escrever.

Há temáticas que sempre penso, mas ainda não desenvolvi em um livro. Um dia pretendo escrever sobre a questão do feminino e a morte de minha mãe.

“Não tenho uma disciplina diária de escrita. Espero lentos períodos para saber se estou mesmo sendo escrito por alguma coisa. Só então posso escrever”

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Em breve...

Em breve o lançamento da Mini Antologia da 
Associação Confraria das Letras.

Capa de Valério Mattos


Na contra capa o nome dos escritores que compõem a obra.