tão pequenina
quer ser bailarina.
—
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
—
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
—–
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
—-
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
—-
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
—-
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
—-
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Cecília Meireles
Cecília
Benevides
de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901,
na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do
casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando
ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta
Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
Conclui
seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá,
ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro,
medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor".
Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em
1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo
Distrito Federal.
Dois
anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias,
"Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas",
em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.
Em
1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o
Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco,
no bairro de Botafogo.
Ganha inúmeros prêmios entre eles: A
concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras,
ao seu livro Viagem,
em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade
de sua poesia.
1953 - Agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi. Em Délhi - Índia.
1962 - Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
1963 - Ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Em 1965, após a sua morte e reconhecida e agraciada com o prêmio "Machado de Assis", pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão.
Fontes:
http://meirelescecilia.blogspot.com.br/
http://elfikurten.blogspot.com.br/2011/02/cecilia-meireles-poetiza-educadora.html
Foto de balé com Alunos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil - Bernadéte Schatz Costa
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