Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escuta-los sem ninguém que possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.
do livro "Meu Céu Interior" – 1934
José Guilherme de Araújo Jorge:
Nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do
Acre. Ficou conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem
social e política e por sua obra lírica, impregnada de romantismo moderno, mas
às vezes, dramático. Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isto mesmo, o
mais combatido do Brasil. Com irrefreável vocação política, foi candidato a vários
cargos públicos. Elegeu-se Deputado Federal em 1970 pela Guanabara,
reelegendo-se já para o seu terceiro
mandato em 1978 . Ocupou a vice-liderança do MDB e a presidência da Comissão
de Comunicação na Câmara dos Deputados. Politicamente
participou sempre das lutas anti-fascistas, como democrata e socialista. Lutou,
ainda estudante, contra o "Estado Novo". Foi preso e perseguido
várias vezes durante esse período . Deixou de ser orador de sua turma por estar
detido na Vila Militar, sob as ordens do Gal. Newton Cavalcanti, durante todo
"estado de guerra" de 1937.
Faleceu em 27 de Janeiro de 1987.
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